no seu vestido
chovia
a tarde inteira de sábado
nas tuas presilhas
eu via
arquiteturas de um tempo passado
tudo verde, cinza
vermelho
a galeria cheia de formas
o quintal cheio de quadros
o teu vestido
florido
meus olhos
cheios da chuva
e do vinho
que a vida servia de graça..
_______________________
Flávio de Castro se descreve como poeta, professor de literatura e funcionário público de si mesmo. Tem dois livros de poemas lançados pela Editora Urutau: “Desaparecida” (2016) e “A última casa noturna da manhã” (2018). É também colunista do jornal O Beltrano, no qual escreve conto-reportagens.